Desde 2014 todos os carros novos precisam sair de fábrica com freio ABS de série, bem como airbag. Um avanço importante que torna esses equipamentos itens básicos e essenciais para a segurança, assim como o cinto.
Embora o Brasil seja considerado uma das principais potências em fabricação de veículos da América Latina há décadas, o atraso dessas obrigatoriedades só mostra como estamos em desvantagem quanto à segurança automotiva.
Enquanto os Estados Unidos e países Europa exigem ABS e airbag em 100% das novas frotas há mais de 15 anos, por aqui, a lei brasileira que faz essa exigência acaba de completar 5 anos.
A nossa vizinha Argentina segue os passos do Brasil, com implantação da lei apenas em 2014.
Não há dúvidas de que o freio ABS (Anti-lock Braking System – em inglês) se tornou um marco para o setor automotivo.
Seu desenvolvimento ocorreu na Alemanha no ano 1978 pela gigante Bosch e pela Daimler – empresa controladora da Mercedes-Benz.
Obviamente que o primeiro carro a ter a tecnologia não poderia ser de outra fabricante, portanto, o Mercedes Classe S W116 foi o primeiro veículo do mundo a receber ABS.
Na época, a montadora alemã oferecia apenas como opcional e com um preço alto.
A partir dos anos 80 a Mercedes passou a entregar ABS de série em todos os seus modelos.
qui no Brasil, o primeiro automóvel a receber freios ABS foi o Volkswagen Santana, mas só em 1991; posteriormente o Chevrolet Ômega passou a ser equipado.
Desde os anos 90, o freio ABS foi ganhando melhorias: redução de peso, tamanho e perda da vibração no pedal. Também ganhou identificação no painel.
O sistema de hoje atua com sensores eletrônicos e inteligência para comparar cada uma das rodas com a velocidade do veículo.
Monitorando a aceleração do carro, ao perceber que uma roda tende a travar, ele atua aliviando a pressão de freio.
Durante a condução, sua tecnologia eficiente impede que o automóvel derrape ou tenha perda de aderência com o solo em situações inesperadas.
Na prática, isso significa que, mesmo pisamos no freio, o motorista conseguirá desviar de obstáculos na pista sem o perigo de rodar/derrapar com o carro.
A derrapagem sempre foi a causadora de grandes tragédias no trânsito. Logo, veículos equipados com ABS podem ter redução de risco de acidente fatal em aproximadamente 40%.
Mesmo com a pista molhada, o ABS não deixa o condutor sob risco. Ao dirigir em condições de solo molhado, o sistema faz com que o veículo pare 42,4 metros após a freada. No freio convencional são 53.
Desse modo, o Anti-lock Braking System proporciona melhor desempenho do que o comum em dias de chuva.
Como o ABS sabe que é hora de atuar?
Quando o motorista pisa no freio, os sensores atuam coletando a informação e transmite para o controle Anti-lock Braking System.
Ao detectar que uma das rodas está prestes a travar, o sistema entra em ação em milissegundos, impedido que o travamento ocorra.
Para manter o veículo estável e sob controle, o ABS trabalha na modulação da frenagem de cada roda de forma individual.
Enquanto todo esse mecanismo funciona evitando um acidente, o motorista pode não perceber, entretanto, em algumas situações, poderá ocorrer trepidação no pedal, que é normal.
A trepidação ocorre, pois, a contenção e a liberação das rodas é feita pelo bombeamento do fluido de freio. Não é recomendado tirar o pé quando começar o tremor, senão poderá comprometer a frenagem.
É importante destacar que, para o ABS entrar em ação, é preciso pisar fundo no pedal do freio.
Quais as diferenças entre um freio comum e o ABS
Agora, quais são diferenciações entre o freio comum e o ABS?
Os dois sistemas possuem duas pastilhas que são responsáveis por dar pressão no disco de freio, fazendo com que o carro possa parar.
A principal diferença está no bombeamento do fluido de freio até chegar às pastilhas.
No sistema ABS, o fluxo de fluido de freio enviado para as rodas, é controlado a fim de evitar que ocorra o travamento de uma delas, propiciando melhor dirigibilidade e estabilidade do automóvel, consequentemente reduzindo a distância de parada.
O motorista, porém, pode efetuar força máxima de frenagem que a tecnologia do freio ABS irá garantir a eficiência de frenagem de modo totalmente seguro.
As vantagens dos freios ABS
Podemos mencionar muitas vantagens que os freios ABS proporcionam; veja:
- Propicia parada gradual do veículo fazendo com que não haja o travamento das rodas;
- Mesmo após a frenagem, o condutor conseguirá realizar manobras e desviar de obstáculos;
- Pista molhada, grama ou areia: o carro não irá derrapar;
- O ABS é um equipamento de segurança, ou seja, permitirá que não ocorra o travamento da roda, evita derrapagem, consequentemente diminuindo o risco de acidentes graves, principalmente em rodovias.
Problemas e manutenção no freio ABS
Normalmente os freios costumam dar sinais de que algo está errado e é nessa hora que você deve procurar um especialista. A trepidação constante no pedal, volante e barulhos são alguns dos indícios.
O ABS possui inteligência para alertar o condutor. A luz (amarela/alaranjada) no painel é o indicativo. Se ela acender uma vez ou mais é necessário procurar uma assistência para analisar o que houve.
Os especialistas alertam que o primeiro passo é averiguar as pastilhas.
Seja ABS ou comum, a atenção com esse equipamento deve ser periódica, logo, ao detectar problemas, procure uma oficina imediatamente.
Carros antigos: posso instalar freios ABS?
No Brasil, todos os veículos já saem de fábrica com freios ABS desde 2014.
Se você tem um modelo anterior a esse ano da implantação, saiba que é possível fazer uma adaptação e instalar.
Confira com a montadora se eles têm as peças e se fazem a instalação. Antes de a lei entrar em vigor, muitas delas vendiam como opcional.
O custo varia muito, podendo iniciar em R$ 1.500 e ir até R$ 3 mil.
Fonte: https://www.noticiasautomotivas.com.br/o-que-e-freio-abs/