Apesar de existir uma crença de que os veículos antigos eram extremamente resistentes, a verdade é que os modelos atuais são mais confiáveis e quase não incomodam os donos com manutenções frequentes. O problema é que muitos acabam abusando e rodam até quebrar.
Pelo menos uma vez por semana, é preciso calibrar os pneus, conferir todas as lâmpadas, abrir o capô e dar uma olhada geral. Nem é preciso entender de mecânica, basta conferir se não existe nada solto, buscar sinais de vazamentos e checar o óleo, a água e os fluidos.
Para não ficar pelo caminho, também preste muita atenção ao nível e aspecto do lubrificante do motor, líquido de arrefecimento, fluido de freio e outros reservatórios, como o usado pela direção hidráulica. Se precisar completar sempre, é melhor procurar uma oficina.
Outros cuidados importantes são seguir os prazos indicados no manual para fazer todas as trocas periódicas (de óleos, filtros, etc.), não rodar com o carro falhando ou fazendo barulhos estranhos e, por último, prestar bastante atenção na fumaça que sai do escapamento.
Como identificar os problemas
Quando o motor está perfeito, a ponta do cano de escape não acumula nenhum material estranho. Se você encontrar um excesso de fuligem, borras oleosas ou ferrugem, é um primeiro sinal de problema. Peça para alguém manter o carro acelerado e avalie a fumaça.
Fumaça preta
Se o carro estiver soltando uma fumaça escura, com um cheiro forte de combustível, procure um mecânico de confiança o quanto antes. É muito provável que algo não está certo. Pode ser uma falha na injeção (ou carburador), sistema de ignição, válvulas, sensores ou filtro de ar.
Se tiver um desses defeitos, o motor recebe mais combustível do que o necessário ou não consegue queimar o que entra nos cilindros, mesmo na quantidade certa. Além de aumentar o consumo, esse excesso contamina o óleo, reduz a lubrificação e danifica o catalisador.
Fumaça azulada
O aparecimento de uma fumaça cinza azulada, com cheiro de óleo queimado, também é bastante comum. Geralmente, costumam “condenar” o motor, mas não acredite. É verdade que, em casos extremos, a única solução é a retífica. Mas existem muitas outras causas.
Primeiro, veja se o nível do lubrificante está abaixando além do normal, exigindo que você complete com frequência. Nos motores atuais também existe um problema oposto: colocam óleo a mais. Alguns modelos da Fiat, por exemplo, precisam de exatos 2,7 litros.
Mesmo quando o motor está “fumando” direto, é preciso investigar bem. Pode ser um desgaste dos anéis pela alta quilometragem, defeito na junta do cabeçote, falha nas vedações das válvulas, entupimento do sistema de ventilação do cárter, avaria no eixo da turbina, etc.
Fumaça branca
Um defeito raro, mas que pode aparecer, é a queima do fluido de freio. Isso acontece quando o cilindro mestre tem algum defeito interno e começa a vazar para dentro do servofreio. Como esse componente usa o vácuo do motor, o óleo acaba sendo aspirado junto.
Além de soltar uma fumaça clara pelo escapamento, com cheiro de fluido hidráulico, o carro costuma dar outros sinais de que algo está errado. Você passa a encher o reservatório toda semana, o pedal fica estranho, é preciso “bombear” para frear, entre outros problemas.
Vapor de água
Na partida em dias frios, principalmente quando se abastece com etanol, é normal que o escape solte um pouco de vapor até o motor aquecer. Mas não pode ser algo exagerado. Hoje em dia, é comum adulterarem esse combustível colocando mais água do que o permitido.
Outro problema muito sério é quando o líquido do sistema de arrefecimento começa a sumir. A junta do cabeçote pode ter alguma falha e deixar a água vazar para dentro de um cilindro ou escorrer até o cárter. Confira se o óleo não está esbranquiçado ou tem sinais de umidade.
O que as velas podem revelar
Se você tem um pouco mais de intimidade com a mecânica, outra dica é tirar as velas do motor, ao notar qualquer fumaça estranha no escape. Compare o estado das peças com as fotos daquelas tabelas que mostram os defeitos, encontradas nos sites dos principais fabricantes.
Esses componentes podem revelar com precisão o que está prejudicando o motor (um excesso de combustível, passagem de óleo, vazamento do fluido de freio, presença de água, entre outras causas) e também em quais cilindros estão ocorrendo as falhas.
Ao identificar qualquer uma das situações que falamos, o importante é não “deixar para depois”. Procure um especialista e faça os reparos necessários. Muitas vezes, um problema simples pode causar um estrago enorme e até colocar sua segurança em risco.
Fonte: https://blog.nakata.com.br/fumaca-no-escapamento/