Motor de Arranque ou motor de partida
Antigamente os veículos precisavam de uma força manual externa para “pegar”, girando uma manivela externa que era conectada diretamente ao virabrequim do motor.
Em veículos modernos, essa manivela foi substituída por um motor elétrico, chamado de motor de partida ou motor de arranque. O motor de partida transforma a energia elétrica que recebe da bateria em energia mecânica para girar o motor a combustão e vencer a resistência ao movimento. A resistência conhecida como “atrito” é causada pela compressão dos cilindros, que é ainda maior com o motor frio e o peso das peças internas, como pistões, bielas e virabrequim.
Você sabe como funciona um motor de arranque?
Ele é alimentado por um cabo positivo diretamente da bateria e um negativo ligado à carroceria do veículo, e é acionado quando o condutor do automóvel gira a chave. Ao girar a chave o primeiro estágio do motor de arranque é acionado, nesse momento a solenóide (ou chave magnética) é acionada, gerando um campo magnético que aciona o mecanismo, projetando o pinhão (bendix) em direção a cremalheira. Ao girar a chave para o segundo estágio, as escovas do motor de partida são eletrificadas e junto com o campo magnético criado pelo estator, geram movimento ao indutor e partes mecânicas produzindo força necessária para iniciar o ciclo de combustão.
A expertise da Valeo em Sistemas Elétricos e a sua proximidade com as montadoras permitiu a compactação e melhora da performance dos produtos. Pensando na comunização e otimização de peças e no meio-ambiente, foi possível perceber que a função do Motor de Partida poderia ser potencializada e transferida para o Alternador, que está ligado ao motor através da correia, e, sob análises das funções dos componentes, o desenvolvimento da tecnologia Stop Start, permitiu a junção de dois componentes em um: Alternador + Motor de Partida.
Aqui, vamos apresentar os componentes do Motor de Partida, destacando suas funções básicas.
Suporte Completo – Focinho > Fixa o Motor de Partida à carroceria do veículo. Dá sustentação ao conjunto girante.
Diagnóstico: Verificar possíveis avarias provocadas por quedas ou pancadas devido a utilização de ferramenta inadequada, em uma montagem forçada.
Impulsor – Pinhão ou Bendix > Transmite o torque inicial ao Motor através da engrenagem que acopla à cremalheira do motor.
Diagnóstico: Observar o nível de contaminação, por estar localizado em uma parte externa do motor de partida, fatores externos como crosta de sujeira impregnada no componente, causam falhas de funcionamento reduzindo sua vida útil.
Conjunto Comando – Garfo + Núcleo > Empurra o Pinhão através do deslocamento gerado pela Chave Magnética.
Diagnóstico: Um dos problemas que ocorrem, é o travamento do conjunto de comando por contaminação que gerou oxidação, verifique manualmente a articulação do garfo e do núcleo, verifique a coloração dos pontos de contato elétrico para visualizar possível curto, e lembre-se qualquer excesso de contaminação ou sujeira no mancal dianteiro, é levada diretamente ao conjunto de comando.
Induzido > Gira o Pinhão através do campo magnético gerado pelo Indutor.
Diagnóstico: No induzindo de forma visual é importante ficar atento ao desgaste dos pontos de contato das escovas, tanto do indutor quanto às escovas do mancal traseiro. Ficar atento também a deformidades nas chapas da camada protetora contra curto circuito.
Chave Magnética > Desloca o Garfo para acoplar o Pinhão através do avanço do Arrastador do Induzido.
Diagnóstico: Para realizar uma análise da chave magnética é necessário realizar o teste de medição de resistência, para se certificar que o acionamento do pinhão está correto. Dentro da chave magnética temos dois tipos de bobinas de cobre, uma de fio fino e outra de fio grosso. Para medir a tensão da bobina de fio fino, basta colocar o terminal do multímetro no borne de excitação da bobina e o outro na carcaça, para condição normal de funcionamento é necessário uma resistência de 0,8 e 1 OHM. Para a medição da bobina de fio grosso é necessário conectar um terminal na excitação e o outro na cordoalha, a resistência esperada é de 0,2 OHM. Assim garantimos o funcionamento da chave magnética.
Indutor > Gera o campo magnético para promover o movimento rotacional do eixo do Induzido. Nele se localizam as bobinas de indução.
Diagnóstico: Podem ser de uma ou duas escovas soldadas no formato com bobinas ou com imãs que fornecem energia para o induzido. Devemos lembrar que a contaminação é o maior causador de problemas com o indutor, ou quebra devido a impacto ou colisão.
Porta-Escovas – Escova > Fornece o contato elétrico e mecânico entre as Escovas e o Coletor do Induzido para permitir a passagem de corrente elétrica.
Diagnóstico: As escovas, através do porta-escovas, facilitam pelo contato com o coletor, a transmissão de corrente elétrica vinda da bateria, aos diversos condutores do motor partida.
Elas se desgastam, “perdem massa” devido ao atrito elétrico e mecânico gerado durante o contato com os coletores ou comutadores. Causando falha gradativa na partida, ou inoperância.
Mancal Traseiro >Protege e centraliza o Induzido e os componentes girantes.
Diagnóstico: O mancal traseiro pode alojar o porta-escova, protege e centraliza o induzido. Além de facilitar sua instalação, pois vem pré acionadas. É importante ficar atento durante a fixação dos parafusos, distribuindo o torque gradativamente, para não desbalancear outros componentes.
Principais Dúvidas!
1- O que danifica ou estraga um motor de partida ?
A falta de manutenção é o maior causador de falhas. É importante destacar que os fatores externos danificam e aceleram o desgaste entre os componentes que têm contato elétrico ou mecânico (movimento). Dentre os principais fatores externos que danificam os motores de partida, podemos destacar as vibrações do motor, pancadas sofridas durante a instalação e a contaminação por água, óleo, poeira e outros resíduos.
2- O que fazer quando o motor de partida não funciona?
São vários fatores que podem fazer um motor de partida parar de funcionar. Ao girar a chave, no primeiro estágio verificar falha na bateria, fique atento se a luz indicativa no painel está acesa ou permanece apagada, indicando baixa da carga. No segundo estágio da chave ao tentar ligar o veículo, se for percebido algum “estalo” ou simplesmente nenhum ruído, indica que há problema com algum componente do motor de arranque/partida. Nesses casos é indicado procurar um profissional. Não é recomendado dar tranco empurrando o veículo para fazer ele “pegar”.
3- Como saber se o problema é no motor de arranque ou na bateria?
O motor de partida é alimentado pela bateria, ou seja, se não houver carga suficiente, o motor de partida não será acionado. Ao girar a chave, no primeiro estágio, a luz da bateria precisa acender no painel. Caso isso não ocorra, podemos afirmar que há problema na bateria. Uma outra situação, é a luz da bateria acender e ao girar a chave no segundo estágio, você perceber que o motor de partida gira lentamente sem conseguir fazer o motor funcionar, indicando carga baixa da bateria. Se ao ligar o veículo você ouvir um estalo ou não houver nenhum ruído de acionamento, há falha no motor de partida.
4- O que acontece quando queima o motor de arranque?
Quando acontece a queima do motor de partida, não conseguindo mais ligar o veículo, não é recomendado que tente ligá-lo a trancos ou empurrando. É necessário que seja feito um diagnóstico preciso por um profissional especializado, para identificar quais os componentes apresentaram curto, e possivelmente realizar a troca dos componentes ou do motor de partida por completo.
Curiosidades!
Os Motores de Partida apresentam uma vida útil relativamente baixa em relação à robustez e durabilidade de seus componentes. A explicação é sua exposição a elementos externos que danificam seus componentes, seja por oxidação, por contaminação e por curto circuito. O único componente que sofre um desgaste natural é a escova, que, por promover um contato elétrico, “perde material” através da corrente elétrica. Os demais, podem sofrer um desgaste prematuro por fatores externos.
Qual o tempo de duração de um motor de arranque?
A duração de um motor de arranque/partida é mensurada em partidas, tendo um ciclo mínimo médio esperado de 60.000 partidas podendo chegar até 150.000 partidas em aplicações de veículos mais modernos e atuais, graças ao avanço nas tecnologias deste componente, levando em consideração que um veículo passeio, roda em média 12.000 km por ano, podemos afirmar, que a duração pode chegar a mais de 10 anos, sem que seja necessária a troca de nenhum componente. Quando realizadas as manutenções de forma correta, reduzindo o desgaste causado pela contaminação e aquecimento, fazendo com que o tempo de duração esteja ligada diretamente aos cuidados tomados com esse componente.
O que acontece se manter forçando a chave depois que o carro já estiver ligado e como prevenir problemas?
Um erro gravíssimo é acionar a chave quando o motor já está ligado, pois quando tentamos fazer isso o pinhão é empurrado contra a cremalheira em movimento, e o choque entre os dentes pode danificar gravemente ambas as peças.
Existem alguns pontos que devem ser verificados, como checar se a bateria está em ordem, ou ter cuidado na hora de dar a partida e não esquecer de voltar à posição inicial quando houver acionamento manual.
Passar mais de 10 segundos forçando o segundo estágio da chave na ignição pode gerar muito calor e provocar superaquecimento e até a queima do induzido e das bobinas do solenóide. Caso a partida falhe, aguarde ao menos 30 segundos entre as tentativas.
E se o motor não funcionar ao dar a partida, é necessário examinar a bateria, sistema de ignição, bobinas, cabos, velas e problemas na linha de alimentação de combustível do veículo para saber exatamente o que está causando o problema. Vale destacar que é preciso também ficar atento aos ruídos anormais durante a partida.
Confira dicas de cuidados com o motor de arranque
Como cuidar para que o motor do seu carro funcione melhor e por mais tempo
- Não aqueça o motor antes de rodar: Ao sair pela manhã ou quando o carro está frio, não é preciso esperar alguns minutos em marcha lenta. O importante é andar com suavidade até que o motor atinja a temperatura ideal de funcionamento.
- Evite acelerações bruscas: Acelerar de maneira brusca é um dos hábitos mais danosos para a saúde do carro, o recomendado é evitar esse tipo de ação quando for sair com o carro após parar no semáforo, em um cruzamento, etc.
- Não economize no filtro de ar e óleo: A recomendação é que o filtro de óleo seja trocado toda vez que o fluido se esgotar, sendo o mesmo válido para o filtro de ar.
- Escolha bem o óleo que será colocado em seu veículo: Comprar um óleo de qualidade é importante para o bom funcionamento do motor de um carro. Se o fabricante recomenda o fluido sintético, por exemplo, é importante seguir esta recomendação, por mais que ele seja mais caro.
Fonte: https://www.valeoservice.com.br/pt-br/newsroom/motor-de-arranque-tudo-o-que-voce-precisa-saber-e-dicas-de-cuidados